Consumidor deve ficar
atento na compra de veículos após queda de IPI
O governo federal anunciou nesta semana o corte de impostos e juros de
carros novos, mas para quem não planejava esta compra e decidiu pensar em ter
um veículo novo é preciso ter cuidado Além de anunciar esta semana o corte
de impostos e juros de carros novos, o governo federal também reduziu o IOF
para financiamentos e aumentou o prazo para comprar os veículos a prazo. As
medidas tentam estimular a venda de veículos e, consequentemente, o aquecimento
da economia.
O educador financeiro Reinaldo Domingos alerta que para quem já tinha
planejando a compra de um veículo os impactos são muito positivos com a redução
do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), dos de até 1.000 cilindradas,
de 7% para zero. Os veículos de 1.000 a 2.000 cilindradas, álcool e Flex, terão
redução do IPI de 11% para 6,5%, já os que são a gasolina terão
uma redução de 13% para 6,5%, e os utilitários serão de 4% para 1%.
“Porém, para quem não planejava esta compra e decidiu pensar em ter um
veículo novo, recomendo cuidados. Pois, a maioria dos consumidores só pensam no
custo da compra e das prestações que pagará mensalmente e esquece que isso
ocasionará diversos outros custos, como despesas de manutenção, combustível,
manutenção, IPVA, seguros, licenciamento, lavagens e, até mesmo, possíveis
multas. Em média, o custo mensal equivale, em média, a 3% do valor do carro,
assim, manutenção de um veículo de 20 mil reais, por exemplo, tem um custo de
aproximadamente 600 reais mensais”, explica.
Ele elucida que para saber o momento certo de adquirir um veículo é preciso
descobrir em que situação financeira o consumidor se encontra, para tanto
separou em três grupos a situação das finanças pessoais: os endividados, os
equilibrados financeiramente e os poupadores, e cada um desses grupos devem tratar
a compra de formas diferentes.
Os endividados não devem nem pensar em comprar um veículo nesse momento, a
prioridade deve ser sair das dívidas e um custo a mais em seu orçamento é
praticamente assinar o certificado de falência financeira. A prioridade no
momento deve ser resolver os problemas com finanças pessoais, reduzindo gastos
desnecessários, e caso tenha o sonho de ter um veículo, este deve ser planejado
em um prazo longo de tempo, quando, além do fim das dívidas, essa pessoa já
tenha feito uma poupança que dará a garantida de que pode comprar com reservas
para os gastos extras que terá.
Os equilibrados financeiramente também preocupam, pois, por não possuírem
dívidas pensam que essa é hora de “investir” em um novo veículo ou em trocar o
que já possui, agindo por impulso. Mas, não percebem que não possuem dinheiro
em caixa para comprar à vista e que para um financiamento longo é necessário
planejamento. Tornando esta compra o grande passo para sair do equilíbrio
financeiro, e consequentemente mais endividado. Sem contar que se esquece
do valor de manutenção que este veículo acrescentará em seu orçamento
financeiro.
O consumidor equilibrado deve refletir se realmente quer esse bem de
consumo, e caso a resposta seja positiva, iniciar imediatamente uma poupança,
que terá como objetivo a troca, nunca se esquecendo dos gastos extras.
Para os poupadores o momento é de análise, tendo que refletir se é realmente
necessário um novo veículo, se for e tiver dinheiro para compra à vista,
essa é uma boa hora. Se faltar alguma quantia que terá que financiar,pode até
fazer, mas cuidado para que a parcela caiba em seu orçamento mensal e que
também tenha dinheiro para os gastos de manutenção.
“Caso a pessoa já possua um veículo e queira outro, terá que refletir quais
as vantagens de um novo carro, e se os gastos de dois veículos não são
arriscados. Sempre reforço que um veículo não é investimento, em função de sua
rápida desvalorização. O consumo de bens deve sempre estar associado a reais
necessidades e não a impulsos consumistas do momento”.
O Procon-SP enumerou algumas dicas para quem quer evitar
endividamento por conta da compra de veículos:
• Evite compras por impulso. Com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), as publicidades bacanas vão tentar lhe convencer a “correr
antes que acabe”. Mas tenha cautela. Nunca deixe de pesquisar e analisar
as ofertas do mercado como: condições de pagamento e de entrega, descontos e
promoções, taxa de juros, acessórios etc;
• Se for financiar, fique atento: não basta que a parcela caiba no bolso.
Carro não é investimento e sim gastos. Tenha em mente que além do
financiamento, você terá de arcar com: combustível, revisões, manutenção
preventiva, seguro, IPVA, seguro obrigatório, licenciamento etc. Além das dívidas
do dia a dia: água, luz, telefone, condomínio, IPTU, alimentação, vestuário,
etc;
• Se mesmo com todos estes gastos, você estiver convicto de que o momento de
adquirir um carro zero é este, prefira comprar à vista. Se esta possibilidade
não passa de um sonho, recomendamos dar uma entrada no financiamento - algo em
torno a 20% ou 30% do valor total do carro. Se puder dar mais, melhor;
• Outra dica é financiar com o menor número de parcelas possível, você
pagará menos juros;
• Depois de escolher o modelo e optar por financiar seu carro novo, leia
atentamente o contrato e, em caso de dúvida, questione o vendedor ou procure um
órgão de defesa do consumidor;
• A financeira não pode cobrar taxa de boleto bancário. O Procon-SP
considera tal cobrança como prática abusiva, de acordo com os artigos 39,
inciso V e 51 - inciso IV e parágrafo 1º do Código de Defesa do Consumidor
(CDC);
• Saiba que: A Lei Estadual 14.663/11 proíbe a cobrança de taxa de emissão
de boleto bancário e carnê no Estado de São Paulo;
• O Procon-SP considera a “Taxa de Cadastro” como abusiva ao
consumidor. Segundo o órgão, a cobrança não se justifica, já que não há nenhuma
prestação de serviço ao consumidor.
http://aeradodialogo.com.br/ultimas/451-consumidor-deve-ficar-atento-na-compra-de-veiculos-apos-queda-de-ipi-