quinta-feira, 24 de maio de 2012

Consumidor deve ficar atento na compra de veículos após queda de IPI


Consumidor deve ficar atento na compra de veículos após queda de IPI

O governo federal anunciou nesta semana o corte de impostos e juros de carros novos, mas para quem não planejava esta compra e decidiu pensar em ter um veículo novo é preciso ter cuidado Além de anunciar esta semana o corte de impostos e juros de carros novos, o governo federal também reduziu o IOF para financiamentos e aumentou o prazo para comprar os veículos a prazo. As medidas tentam estimular a venda de veículos e, consequentemente, o aquecimento da economia.

O educador financeiro Reinaldo Domingos alerta que para quem já tinha planejando a compra de um veículo os impactos são muito positivos com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), dos de até 1.000 cilindradas, de 7% para zero. Os veículos de 1.000 a 2.000 cilindradas, álcool e Flex, terão redução do IPI de 11% para 6,5%, já os que são a gasolina terão uma redução de 13% para 6,5%, e os utilitários serão de 4% para 1%.

“Porém, para quem não planejava esta compra e decidiu pensar em ter um veículo novo, recomendo cuidados. Pois, a maioria dos consumidores só pensam no custo da compra e das prestações que pagará mensalmente e esquece que isso ocasionará diversos outros custos, como despesas de manutenção, combustível, manutenção, IPVA, seguros, licenciamento, lavagens e, até mesmo, possíveis multas. Em média, o custo mensal equivale, em média, a 3% do valor do carro, assim, manutenção de um veículo de 20 mil reais, por exemplo, tem um custo de aproximadamente 600 reais mensais”, explica.

Ele elucida que para saber o momento certo de adquirir um veículo é preciso descobrir em que situação financeira o consumidor se encontra, para tanto separou em três grupos a situação das finanças pessoais: os endividados, os equilibrados financeiramente e os poupadores, e cada um desses grupos devem tratar a compra de formas diferentes.

Os endividados não devem nem pensar em comprar um veículo nesse momento, a prioridade deve ser sair das dívidas e um custo a mais em seu orçamento é praticamente assinar o certificado de falência financeira. A prioridade no momento deve ser resolver os problemas com finanças pessoais, reduzindo gastos desnecessários, e caso tenha o sonho de ter um veículo, este deve ser planejado em um prazo longo de tempo, quando, além do fim das dívidas, essa pessoa já tenha feito uma poupança que dará a garantida de que pode comprar com reservas para os gastos extras que terá.

Os equilibrados financeiramente também preocupam, pois, por não possuírem dívidas pensam que essa é hora de “investir” em um novo veículo ou em trocar o que já possui, agindo por impulso. Mas, não percebem que não possuem dinheiro em caixa para comprar à vista e que para um financiamento longo é necessário planejamento. Tornando esta compra o grande passo para sair do equilíbrio financeiro, e consequentemente mais endividado. Sem contar que se esquece do valor de manutenção que este veículo acrescentará em seu orçamento financeiro.

O consumidor equilibrado deve refletir se realmente quer esse bem de consumo, e caso a resposta seja positiva, iniciar imediatamente uma poupança, que terá como objetivo a troca, nunca se esquecendo dos gastos extras.

Para os poupadores o momento é de análise, tendo que refletir se é realmente necessário um novo veículo, se for e tiver dinheiro para compra à vista, essa é uma boa hora. Se faltar alguma quantia que terá que financiar,pode até fazer, mas cuidado para que a parcela caiba em seu orçamento mensal e que também tenha dinheiro para os gastos de manutenção.

“Caso a pessoa já possua um veículo e queira outro, terá que refletir quais as vantagens de um novo carro, e se os gastos de dois veículos não são arriscados. Sempre reforço que um veículo não é investimento, em função de sua rápida desvalorização. O consumo de bens deve sempre estar associado a reais necessidades e não a impulsos consumistas do momento”.


O Procon-SP enumerou algumas dicas para quem quer evitar endividamento por conta da compra de veículos:

• Evite compras por impulso. Com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), as publicidades bacanas vão tentar lhe convencer a “correr antes que acabe”. Mas tenha cautela. Nunca deixe de pesquisar e analisar as ofertas do mercado como: condições de pagamento e de entrega, descontos e promoções, taxa de juros, acessórios etc;

• Se for financiar, fique atento: não basta que a parcela caiba no bolso. Carro não é investimento e sim gastos. Tenha em mente que além do financiamento, você terá de arcar com: combustível, revisões, manutenção preventiva, seguro, IPVA, seguro obrigatório, licenciamento etc. Além das dívidas do dia a dia: água, luz, telefone, condomínio, IPTU, alimentação, vestuário, etc;

• Se mesmo com todos estes gastos, você estiver convicto de que o momento de adquirir um carro zero é este, prefira comprar à vista. Se esta possibilidade não passa de um sonho, recomendamos dar uma entrada no financiamento - algo em torno a 20% ou 30% do valor total do carro. Se puder dar mais, melhor;

• Outra dica é financiar com o menor número de parcelas possível,  você pagará menos juros;

• Depois de escolher o modelo e optar por financiar seu carro novo, leia atentamente o contrato e, em caso de dúvida, questione o vendedor ou procure um órgão de defesa do consumidor;

• A financeira não pode cobrar taxa de boleto bancário. O Procon-SP considera tal cobrança como prática abusiva, de acordo com os artigos 39, inciso V e 51 - inciso IV e parágrafo 1º do Código de Defesa do Consumidor (CDC);

• Saiba que: A Lei Estadual 14.663/11 proíbe a cobrança de taxa de emissão de boleto bancário e carnê no Estado de São Paulo;

• O Procon-SP considera a  “Taxa de Cadastro” como abusiva ao consumidor. Segundo o órgão, a cobrança não se justifica, já que não há nenhuma prestação de serviço ao consumidor.

http://aeradodialogo.com.br/ultimas/451-consumidor-deve-ficar-atento-na-compra-de-veiculos-apos-queda-de-ipi-

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